quarta-feira, 13 de maio de 2009

STEVE MCQUEEN HUNGER | CINEMA

Hunger é um daqueles filmes que desde o primeiro milimetro de pelicula projectado nos dá a sensação de nos estarem a esmurrar fortemente no estomago, tamanha a intensidade dramática que carrega, é preciso portanto estar-se preparado para a constante agonia que estaremos sujeitos...
Hunger retrata o histórico incidente da luta dos "cobertores" e "higiene" organizada por prisioneiros republicanos afectos ao IRA das cadeias de Belfast, que resultou numa greve de fome encabeçada por Bobby Sands, deputado republicano eleito a quem como a todos os outros prisioneiros foi negado o estatuto de prisioneiros politicos ... é certo que esta luta separatista e luta por uma indepencia na Irlanda do Norte foi já muitas vezes retratada pelo cinema, mas com toda a certeza, nunca o foi como Steve Mcqueen o fez
. em Hunger a dor é tratada com a altivez de um ideal perseguido e aceite como destino maior de Homens ávidos de liberdade e justiça ... tudo isto transborda do ecran de modo simples, através do realce dos pequenos gestos, dos grandes silencios, das dolorosas rotinas, das pequenas sensações de liberdade roubadas, dos intensos e lentos planos de camara, iluminados de forma sublimar ... fazendo-nos sentir a angustia da dor como poesia dura e implacável, também ela bela, pela força da convicção, da certeza do "basta", da busca pela liberdade ...
Steve Mcqueen, fotografo, escultor, reallizador habituado a curtas-metragens mudas e a preto e branco, mostra que sabe "domar" a imagem, a luz, de forma intensamente poética, sem necessidade da palavra, no entanto um dos momentos mais marcantes do filme da-se aquando de um longo dialogo entre um padre e Bobby Sands, onde ambos esgrimem opiniões, num exercico ideologico e teologico carregado de respeito e humanidade, sabendo ambos á partida que nenhum conseguiria demover o outro da sua visão, num momento dramático de exepção ...
Hunger é dificl, duro, intenso, avassalador, revoltante, desumanamente humano ... ao ponto de que quando termina, sentir-mos um alivio libertino.
Poéticamente doloroso ... +++++